Artigo: Planos de saúde coletivos terão reajuste significativo

Médico detalha como saúde preventiva pode ajudar na redução de custos dos Planos de saúde para empresas

Os planos de saúde coletivos terão reajuste de dois dígitos pelo terceiro ano consecutivo, conforme o mais recente relatório da XP. Entre dezembro e fevereiro, o aumento estimado desses produtos foi de 15%. O acréscimo vem reafirmar a crise financeira do setor, enfatizada especialmente nos anos pós-pandemia.

Em 2023, a alta média nos preços de planos coletivos foi de 14,38%, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O que acarretou nessa precificação, como explicou a XP, reside no montante que a escalada das despesas assistenciais passou a representar na receita de seguradoras, operadoras e cooperativas de saúde, a chamada “taxa de sinistralidade” – basicamente, a relação entre as despesas com a utilização dos serviços e a receita que a operadora recebeu pelo contrato.

Vale lembrar que a taxa de sinistralidade é o principal fator para que sejam reajustados os valores entre operadoras e empresas. Ela alcançou 87,9% no ano passado, recuando dos 89,2% de 2022. Para se ter uma ideia, só em 2022 o prejuízo foi de R$11,5 bilhões, segundo a ANS. Tal cenário reflete em outros agentes dessa cadeia, como os hospitais e os próprios clientes das operadoras. Na prática, a cada R$100 da receita vinda das mensalidades, as operadoras gastaram R$88 em despesas com serviços médicos.

Importante salientar que a ANS só define o reajuste dos planos vendidos diretamente a uma pessoa ou família. Em 2023, a Agência aumentou a mensalidade em 9,6%. Já os planos coletivos, que representam 70% do setor, são vendidos para empresas ou a determinadas categorias (a exemplo de advogados, médicos e servidores). Nesses casos, quem decide o índice é a operadora em acordo com a empresa ou entidade.

Em meio a essa trajetória de alta, especialistas apontam quão essenciais são os programas de saúde preventiva dentro das empresas. “Devido ao grande impacto do sinistro, espera-se que os custos sejam ainda mais observados pelas empresas, e o ideal é que estratégias sejam desenvolvidas para amenizar esse cenário, até mesmo para que ao final do contrato não haja surpresas. A prevenção é o presente e o futuro da medicina. Para começar, a saúde preventiva pode reduzir até metade das faltas de trabalho por questões médicas. Além disso, ela contribui para que os colaboradores se mantenham mais saudáveis, mais produtivos e, consequentemente, mais satisfeitos em seu ambiente laboral”, explanou o superintendente da Unimed Assis, Dr. Fausi Elias Maluf.

De acordo com o médico, investir na promoção da saúde acaba reduzindo a ocorrência de internações e de problemas mais graves, dessa forma colaborando para a redução de custos. “Quando adotamos hábitos mais saudáveis, aliados à realização de exames preventivos, além de evitar que as doenças se instalem, é possível que as enfermidades sejam detectadas em seu estágio inicial, encurtando o tempo dos tratamentos e tornando-os menos dispendiosos. Nesse sentido, pode ao mesmo tempo haver um decréscimo na sinistralidade e um maior equilíbrio nos gastos”, afirmou.

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