Obesidade atinge níveis alarmantes no Brasil: Campinas tem 57,3% da população com excesso de peso

Dia Mundial de Prevenção da Obesidade, em 11 de outubro, chama atenção para hábitos saudáveis e políticas públicas

A obesidade é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) uma epidemia global do século 21. Segundo a entidade, mais de 1 bilhão de pessoas no mundo já vivem com obesidade, sendo 650 milhões adultos, 340 milhões adolescentes e 39 milhões crianças. Se nada for feito, a previsão é que até 2035 o número dobre, atingindo quase 2 bilhões de pessoas (World Obesity Atlas 2023).

 

No Brasil, a situação também preocupa. De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde (Vigitel/IBGE, 2023), 61,3% dos brasileiros possuem excesso de peso (IMC≤25 Kg/m2). O levantamento mostra que a prevalência da obesidade passou de 17,3% em 2002 para 24,3% em 2023, refletindo um crescimento acelerado em menos de duas décadas.

 

Situação em Campinas

Campinas segue a mesma tendência nacional. Segundo dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas (Vigitel, 2022), 20,7% da população adulta campineira está obesa e 57,3% apresenta excesso de peso. A cidade ainda enfrenta outro desafio: quase 40% da população não pratica atividade física suficiente para a manutenção da saúde.

 

Impactos na saúde pública

A obesidade está associada a doenças crônicas como diabetes tipo 2, hipertensão arterial, problemas cardiovasculares e alguns tipos de câncer. Estima-se que os custos diretos da obesidade para o Sistema Único de Saúde brasileiro ultrapassem R$ 1,5 bilhão por ano (Ministério da Saúde, 2022).

A partir desse ano, o diagnóstico da obesidade no Brasil deve incorporar novos parâmetros que vão além do tradicional Índice de Massa Corporal (IMC). Segundo a SBCBM, especialistas nacionais e internacionais propõem reconhecer a obesidade como uma doença crônica que exige uma avaliação mais ampla e individualizada.

 

Os novos critérios classificam a condição em obesidade pré-clínica (excesso de gordura corporal sem manifestações clínicas evidentes) e obesidade clínica (com disfunções metabólicas, cardiovasculares ou orgânicas).

 

Além do IMC, passam a ter peso relevante medidas como:

  • circunferência abdominal
  • razão cintura-quadril
  • avaliação da composição corporal (ex: DEXA)
  • presença de sinais clínicos ou limitação funcional no dia a dia Foram estabelecidos 18 sinais clínicos para adultos e 13 para crianças/adolescentes que indicam quando o excesso de adiposidade já gera impacto orgânico e configura obesidade com risco (como apneia do sono, fadiga, alterações metabólicas, disfunções hormonais etc.).

 

O objetivo dessas mudanças é tornar o diagnóstico mais preciso, evitar subdiagnóstico (casos com IMC normal, mas alto percentual de gordura) e sobrediagnóstico (casos com IMC alto, mas boa composição corporal) e promover um cuidado mais humanizado e baseado em evidências

 

Para a nutricionista e coordenadora do curso de Nutrição do Centro Universitário Unimetrocamp Wyden, Joseane Nobre, é preciso unir esforços individuais e coletivos para conter esse cenário. “A obesidade não é apenas uma questão estética, mas sim um problema de saúde pública que afeta a qualidade e a expectativa de vida das pessoas. Em datas como o Dia Mundial de Prevenção da Obesidade, reforçamos a importância da educação alimentar, da prática de atividade física e de políticas públicas que facilitem escolhas mais saudáveis”, explica a docente, que já dá algumas orientações:

 

Campinas segue a tendencia com 573 da populacao com excesso de peso
Campinas segue a tendência com 57,3% da população com excesso de peso/Divulgação

 

Dicas para prevenção e controle da obesidade

 

  • Alimentação equilibrada: priorizar frutas, verduras, legumes, grãos integrais e proteínas magras.

 

  • Evitar ultraprocessados: alimentos industrializados ricos em açúcar, sódio e gorduras estão diretamente ligados ao ganho de peso.

 

  • Atividade física regular: ao menos 150 minutos por semana de exercícios moderados, como caminhadas, ciclismo ou natação. Sempre com a orientação de um profissional Educador Físico

 

  • Sono adequado: noites mal dormidas aumentam o risco de desregulação hormonal e maior consumo calórico.

 

  • Acompanhamento profissional: médicos e nutricionistas podem auxiliar na adoção de estratégias personalizadas para o controle do peso.

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