Novembro Azul reforça a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata

Apesar dos avanços no diagnóstico e no tratamento, o toque retal ainda é cercado por preconceitos associados à masculinidade e à ideia equivocada de fragilidade. Esse tabu cultural faz com que muitos homens evitem o exame, contribuindo para diagnósticos tardios. Por isso, o Novembro Azul reforça a importância de quebrar esses mitos e incentivar o diagnóstico precoce do câncer de próstata, um procedimento simples, rápido e capaz de salvar vidas.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil deve fechar o triênio 2023-2025 com cerca de 71,7 mil novos casos. Em Campinas, o tumor responde por 30% da incidência de câncer masculino, com média anual de 78 mortes.

 

O urologista Ivan Selegatto, do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), explica que a doença costuma ser silenciosa no início e que o diagnóstico é feito pela combinação de PSA, toque retal, ressonância magnética e biópsia. “O PSA e o toque são complementares. Em até 30% dos casos com PSA normal, o câncer é detectado pelo toque”, afirma.

 

A recomendação é iniciar a avaliação aos 50 anos, ou aos 45 para homens negros ou com histórico familiar, já que o câncer de próstata tem um componente hereditário importante: quem tem pai, irmão ou filho com a doença apresenta risco de duas a três vezes maior. Ainda assim, muitos casos surgem de forma esporádica, sem relação genética. Manter hábitos saudáveis também é fundamental para reduzir o risco: alimentação equilibrada e rica em frutas e vegetais, prática regular de atividade física, controle do peso, abandono do tabagismo e moderação no consumo de álcool.

 

Com mais conscientização, mais casos têm sido diagnosticados precocemente, o que melhora o prognóstico. Entretanto, muitos homens ainda chegam ao consultório com a doença avançada por medo, vergonha ou resistência aos exames. “O foco hoje é tratar o câncer preservando a qualidade de vida. As campanhas buscam justamente incentivar o autocuidado e derrubar preconceitos”, destaca o especialista.

 

Nos últimos anos, o diagnóstico avançou com o uso da ressonância multiparamétrica e de testes genéticos. O tratamento também evoluiu com cirurgia robótica, radioterapia de alta precisão e novas terapias hormonais, que aumentam a eficácia e reduzem efeitos colaterais.

 

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