Compra do imóvel próprio exige planejamento do consumidor

No próximo ano, o mercado imobiliário deve crescer entre 10% e 20% em lançamentos e volume de vendas. De acordo com a Brain Inteligência Estratégica, alguns fatores contribuem decisivamente para transformar a projeção em realidade: queda da taxa de juros, prevista para começar ainda no primeiro trimestre, e novas modalidades de financiamento imobiliário criadas em 2025, com destaque para a inclusão da Faixa 4 no programa Minha Casa Minha Vida. Para o consumidor interessado em sair do aluguel, o momento é favorável não apenas a avaliar os produtos oferecidos pelas incorporadoras, mas também para iniciar um planejamento criterioso na compra do imóvel próprio.

Principal motor do setor, o Minha Casa Minha Vida (MCMV) respondeu por 47% dos lançamentos e 44% das vendas no período. Na capital paulista, destaca a pesquisa Brain/CBIC, o volume de lançamentos chegou a 66%. De acordo com o levantamento, a oferta disponível de imóveis do programa, 110,5 mil unidades ao final do terceiro trimestre, se esgotaria em sete meses com a manutenção do ritmo atual de vendas.

Paralelamente à performance de lançamentos e comercialização, aumentou também a intenção de compra de imóveis. A pesquisa indica que 48% dos entrevistados planejam adquirir um imóvel nos próximos 24 meses.

Para Guilherme Bonini, Co-CEO da Longitude Incorporadora, a disposição para a compra revela que o consumidor vê no imóvel próprio um ativo de segurança, “e evidentemente, a realização de um sonho”, ressalta.

Com 13 anos de atuação no mercado, expandindo seus negócios na Capital e presente em mais de 20 cidades do interior paulista, a Longitude prevê lançar em 2026 sete residenciais e realizar três entregas de chaves. Na atuação prioritária no segmento econômico, a empresa comercializou no ano passado 2.020 unidades entre apartamentos e casas e beneficiou 6.030 pessoas.

O programa Minha Casa Minha Vida, no qual a Longitude Incorporadora opera, oferece 95% de subsídio na compra de um imóvel do programa a famílias da Faixa 1, com renda bruta até R$ 2.850. Na Faixa 2 (até R$ 4.700), o subsídio governamental chega a R$ 55 mil. Na Faixa 3 (até R$ 8 mil), as famílias têm direito a financiar imóveis até R$ 350 mil. Na recente Faixa 4 (até R$ 12 mil), o financiamento de um imóvel até R$ 500 mil pode ser pago em até 420 meses com juros de 10,5% ao ano.

Diante da oferta imobiliária no mercado, dos subsídios do MCMV, e para que a intenção de compra não se transforme em pesadelo, o executivo recomenda planejamento por parte do consumidor.

De 100 interessados em ter um financiamento imobiliário aprovado, apenas 30% obtêm sucesso por conseguir reunir documentos, comprovantes de demais requisitos exigidos. “Grande parte dos que não conseguem apresentar a documentação necessária é formada por autônomos, que em geral têm dificuldade para comprovar renda”, pontua.

A organização financeira, segundo Bonini, é o primeiro passo para quem se propõe a adquirir o imóvel próprio. Se tiver dívidas ou estiver pagando prestações de algum bem, como um carro, a família deve quitá-las antes de pleitear o financiamento. O cálculo do valor total do compromisso, como entrada e parcelas futuras, também deve ser levado em consideração. Entre outras providências, é recomendável que haja uma meta mensal de economia destinada ao valor de entrada do imóvel.

De acordo com o executivo, tão importante quanto cuidar da organização financeira é manter o nome limpo e o score de crédito elevado para obter as melhores condições de financiamento.

“Quando pensamos no final do ano, e consequentemente no 13º salário, é preciso considerar que nem sempre este recurso ajuda na compra”, alerta. “Se houver débitos a quitar, neste caso o dinheiro é muito bem-vindo para honrar os compromissos.”